Gravidade das Xananas (Editora Penalux, 2019) - Por Carolina Ramos

Poeta Carolina Ramos, aos 94 anos de idade
Jovem ainda, Diego Mendes Sousa é alguém cuja alma, pela voz da poesia, ultrapassa a própria faixa etária para ingressar no coral de vozes maduras, não como “estranho no ninho”, mas com a afinidade carinhosa e admirativa que por elas sente.
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O FRIO BAFO DO INVERNO PREMATURO
EM GRAVIDADE DAS XANANAS
Jovem ainda, Diego Mendes Sousa é alguém cuja alma, pela voz da poesia, ultrapassa a própria faixa etária para ingressar no coral de vozes maduras, não como “estranho no ninho”, mas com a afinidade carinhosa e admirativa que por elas sente.
A poesia de Diego Mendes Sousa, em "Gravidade das Xananas" (Editora Penalux, 2019), é livremente inquieta, predominantemente pessimista, ao permitir que transpire certa insatisfação. Chega a inquietar a quem, de alma aberta, ante a juventude do autor, lá espera encontrar o sol de verão, a amenidade do outono e o doce perfume da primavera, e tropeça num paradoxo, ao sentir o frio bafo do inverno prematuro, que lhe chega, de surpresa, em cada verso.
Diego Mendes Sousa nunca será um poeta popular, como alguém já o disse, e ele mesmo confessa, mas sempre será o Diego, contestador, inovador, de alma triste, “escura e nebulosa”, que exige o máximo de atenção aos que pretendam interpretar seus textos e extrair deles o valor que resguardam.
Depoimento de Carolina Ramos (1924-), considerada, pela crítica especializada, uma das maiores Trovadoras do país, recebendo também o título de "A Dama da Trova"; Premiada em Setúbal, Portugal, Carolina veio a receber essa distinção lusa na Academia Brasileira de Letras, pelas mãos do então Presidente da Casa de Machado, Austregésilo de Athayde. É filha de Santos, São Paulo.
Fotografia de Carolina Ramos, aos 94 anos de idade.
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Carolina Ramos nasceu em Santos-SP, em março de 1924. Publicou 16 livros, incluindo DESTINO.
Da Academia Cristã de Letras.